terça-feira, 4 de maio de 2010

O Globo publica opinião de Ana Júlia sobre Belo Monte

Confesso que já tive muita admiração pela política Ana Júlia Carepa – refiro-me a política por que não a conheço como pessoa – mas hoje esse meu encanto já se esvaiu. E Não sou partidário. Mas as inúmeras ‘travessuras e resvalos’ acontecidas durante esses três anos à frente do Pará me trouxeram, uma sensação muito frustrante do que seria bom para o nosso Estado. O Pior é que as eleições estão à porta e não temos muitas opções!

Frustrações a parte, preciso compartilhar com vocês um editorial escrito pela nossa governadora sobre a importância que Belo Monte representa para o Pará. Tenho que concordar que ela ao menos nisso tem sido bastante coerente. O texto foi publicado na edição impressa e eletrônica desta quarta-feira no Jornal O Globo. A íntegra da coluna pode ser lida abaixo.


OPINIÃO:
A polêmica Belo Monte

Na polêmica sobre a usina de Belo Monte, o conservacionismo tem sido confundido com conservadorismo. Aqueles que já destruíram suas próprias florestas têm apregoado que Belo Monte destruirá nossa Amazônia. Conhecem pouco nossa realidade.

É evidente que nosso estado, o Pará, não se transformará no maior gerador de energia do país sem sofrer algum impacto. Fui a primeira a procurar pelo governo federal. Não permitiria a repetição de erros, como Tucuruí, em nosso estado. Assim, além da enorme redução de impactos desde o projeto inicial de Kararaô, foram garantidas contrapartidas sociais e ambientais inéditas na História.

Encontramos nosso modelo de desenvolvimento sustentável - sem destruir tanta floresta, como muitos países fizeram. Para se ter uma ideia da viabilidade das contrapartidas que virão, o montante financeiro deverá passar de R$ 3,7 bilhões. Mais da metade disso, R$ 2 bilhões, já estão garantidos.

Só para a construção da usina foi assegurado R$ 1,5 bilhão. Outros R$ 500 milhões estão garantidos como parte do repasse do Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Xingu. O total previsto é de R$ 2,29 bilhões para as áreas e comunidades afetadas. Pará poderá ter ainda R$ 90 milhões em royalties da produção de energia.

Os impactos ambientais, o ordenamento territorial, a regularização fundiária, além de obras de infraestrutura e inclusão social, estão todos planejados e viabilizados, assim como Unidades de Conservação à margem direita do Rio Xingu, com um bloco contínuo de floresta de 1,6 milhão de hectares.

Também assegurei que parte da energia seja destinada aos autoprodutores locais. Ou seja: a energia servirá para transformar recursos, como o minério, em empregos. Não é mais possível que o Pará fique empobrecido, dedicado apenas à exportação de minérios em bruto.

É conservador falar em preservação da floresta sem incluir a demanda popular pelo desenvolvimento, sem lembrar-se da pobreza. No Pará, necessitamos da energia, mas levamos a sério a política ambiental. Nossa ação tem ido desde um zoneamento econômico ambiental até a sistematização da educação ecológica nas escolas.

A ONU lançou um apelo pelo plantio mundial de 1 bilhão de árvores até 2014. O Pará, sozinho, tem a mesma campanha: já estamos plantando 1 bilhão de árvores. Por isso, convido todos - inclusive os críticos - a nos ajudarem nesse plantio, que precisa atingir, até 2013, um milhão de hectares que foram devastados no Pará.

Aqui, além de plantar árvores, verão de perto a novidade do nosso modelo de sustentabilidade, com uma energia mais limpa e barata que a termoelétrica ou a eólica. Nossa ação não é conservadora, mas de conservação com desenvolvimento. O Brasil não pode mais ficar à mercê de apagões.

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