quarta-feira, 8 de outubro de 2008

O triste dever de saber perder...

Quando a propaganda eleitoral disfarçada de institucional falhou, a nomeação indiscriminada de cabos eleitorais mantidos pelo erário falhou, a campanha infamatória contra diversas famílias ximangas através de pasquins falhou e o indisfarçável uso da máquina pública para arregimentação de votos falhou, candidatos derrotados nas eleições de domingo passado em Alenquer apelam para um 2º turno no tapetão.

Esta manhã o assessor de imprensa do prefeito Farias, Kabi Martins, amanheceu convocando eleitores através da rádio ximango. Pedia o comparecimento de todos os que recadastraram seus títulos e não conseguiram votar. O intuito é recolher assinaturas para tentar anular as eleições. Coitadinho... mal conhece as regras eleitorais!

Em dado momento, Kabi Martins colocou em dúvida a lisura das eleições, insinuando que a Justiça eleitoral havia favorecido a coligação vencedora, o que se constitui acusação cuja gravidade talvez escape à compreensão do locutor, ainda sob o choque da derrota, que não era de todo inesperada.

Segundo informam diversas fontes de Alenquer, as carreatas já davam claros sinais de que João Piloto seria eleito, havendo até participação de pessoas mascaradas, por serem funcionários da prefeitura com medo de retaliação.

É bem verdade que na cidade havia muito mais bandeiras do Farias do que de João Piloto, mas as pessoas ligadas à coligação vencedora atribuíam isso a dois fatores: muitos funcionários da prefeitura eram obrigados a colocar bandeiras e cartazes não só nas suas casas, mas também nas de parentes e a fartura de recursos financeiros do candidato à reeleição.

Como em Alenquer nada surpreende em termos de alianças, desde ontem são vistos trançando a cidade no mesmo carro os presidentes do PT (candidata Áurea Nina) e do PR (candidato Farias). O objetivo seria anular as eleições.

O blog entrou em contato com um grande amigo que fez parte da coordenação da coligação vencedora, que relatou o seguinte: Estão dizendo que houve compra de votos, mas nós não tínhamos dinheiro nem para bancar o envio de fiscais para o interior, como iríamos comprar votos? Não tínhamos mais bandeiras e cartazes na cidade porque embora a procura fosse grande, o material acabou cedo."

Sobre o segundo turno no tapetão, com muito bom humor esse mesmo amigo me disse que esse é um exercício do "jus sperniandi". Instado a explicar, esse amigo disse: "Isaac, é o Direito de Espernear. O artigo primeiro do código dos vencidos diz que é garantido a todo derrotado o direito de chorar sua derrota".

Quem não deve estar gostando nada da forma com que estão esperneando são o promotor e a juíza eleitoral do município. Eles ouviram atentamente as acusações de Kabi Martins e deverão pedir judicialmente que prove as denúncias de favorecimento.

Sempre vemos somente a manifestação dos vencedores, o que torna curioso saber como reagem os derrotados. Segundo se comenta na cidade, na casa do prefeito uma mesa nocauteada a socos e tudo o que havia nela foi ao chão.

Há também muitos relatos de pessoas que teriam visto alguns assessores como Kabi Martins e Renato Jardim chorando copiosamente. É... parece que ao contrário do que muitos pensam eles também são sensíveis.

Mas vamos ponderar né gente! Afinal, paradoxalmente ao que diz o provérbio, "Quem não mama, chora com certeza"....


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