A ponte sobre o rio Curuá que mede 360 metros e pode ser a maior feita inteiramente de madeira em todo o mundo, é alvo de disputa judicial no interior do Pará e, segundo o Ministério Público Estadual, pode até ser derrubada caso fique comprovado que causa danos ambientais.
A ponte se localiza no município de Alenquer, Oeste do estado e foi construída pela prefeitura sobre o Rio Curuá, como parte da rodovia PA-254. O prefeito da cidade, o médico Cleóstenes Farias, é o primeiro a reivindicar para a obra o título de "maior do mundo". "Pedi para fazerem uma pesquisa e não encontramos ponte maior. Há uma comparável no Canadá, mas ela é parcialmente feita de concreto", orgulha-se. Ele pretende inscrever a ponte para constar em um livro nacional de recordes. "Seria o caminho para depois entrar no Guinness Book" explica, acrescentando tratar-se de "uma ponte muito linda".
A obra é alvo de ação civil pública por falta de estudo de impacto ambiental. O Ministério Público Estadual requisitou documentos ambientais que comprovem que ela pode permanecer no local. O caso foi informado antes ao blog e mais tarde ao site Globo Amazônia por um leitor que condena sua construção.
O promotor do MPE do Pará Danyllo Colares, que atualmente acompanha o caso, afirma que a prefeitura tem até a primeira semana de novembro para apresentar o estudo, do contrário será multada e terá de pagar a uma empresa para que o realize. De acordo com Farias, todos os documentos foram entregues. "Pedirei multa pelo atraso na entrega do relatório", adverte o promotor, ao reafirmar que a documentação não foi apresentada.
O antecessor de Colares em Alenquer pediu liminar para interromper a obra antes que fosse concluída, mas quando a Justiça emitiu decisão a respeito, ela já estava pronta. Farias confirma que acelerou a construção para evitar a paralisação por ordem judicial. "Soube que tinha uma ordem judicial para fiscalizar a ponte no dia 20 de abril. Então a inaugurei no dia 19", conta.
De acordo com Colares, por ser muito baixa, a ponte pode ter prejudicado populações ribeirinhas, já que não conseguem mais passar de barco pelo local. A regularidade da procedência da madeira usada em sua construção é outra questão que precisa ser esclarecida.
"Na Amazônia temos madeira para dar e vender, então pudemos fazer essa ponte", argumenta Farias. Ele explica que a empresa que executou a obra recebeu madeira doada por moradores da região, que assinaram autorizações para que árvores fossem extraídas de suas propriedades. Em troca, a prefeitura faria melhorias em estradas da região. "Ela é 100% de maçaranduba. Essa madeira, se botar na água, daqui a mil anos ela ainda está normal", conta o prefeito. "Você pode encher a ponte de ponta a ponta de caminhão, que ela não cai", garante, destacando que a construção ainda possui uma ciclovia.
"A ponte deveria ser feita de alvenaria, mas estavam há 30 anos prometendo e não construindo. E agora foi feita, com recursos próprios", acrescenta Farias. Segundo ele, o custo foi de, no máximo, R$ 500 mil. O prefeito defende que a construção era uma melhoria necessária para a infra-estrutura local: "A ponte interliga seis municípios da Calha Norte: Oriximiná, Óbidos, Curuá, Alenquer, Monte Alegre e Prainha". Farias critica as restrições ambientais a obras desse tipo. "Hoje gastam-se milhões para preservar um macaco, mas não se gasta um centavo para preservar o ser humano", comenta.
O prefeito afirma que a ponte tem ampla aprovação popular, mas, apesar de tê-la construído, não conseguiu se reeleger no último pleito. Ele atribui a derrota nas urnas a uma fraude. "Vamos pedir a anulação da eleição", anuncia. Mesmo que não consiga reverter a situação, Farias ainda ocupará o gabinete até a audiência em que deve apresentar o estudo de impacto ambiental da ponte à Justiça, em novembro.
A ponte se localiza no município de Alenquer, Oeste do estado e foi construída pela prefeitura sobre o Rio Curuá, como parte da rodovia PA-254. O prefeito da cidade, o médico Cleóstenes Farias, é o primeiro a reivindicar para a obra o título de "maior do mundo". "Pedi para fazerem uma pesquisa e não encontramos ponte maior. Há uma comparável no Canadá, mas ela é parcialmente feita de concreto", orgulha-se. Ele pretende inscrever a ponte para constar em um livro nacional de recordes. "Seria o caminho para depois entrar no Guinness Book" explica, acrescentando tratar-se de "uma ponte muito linda".
A obra é alvo de ação civil pública por falta de estudo de impacto ambiental. O Ministério Público Estadual requisitou documentos ambientais que comprovem que ela pode permanecer no local. O caso foi informado antes ao blog e mais tarde ao site Globo Amazônia por um leitor que condena sua construção.
O promotor do MPE do Pará Danyllo Colares, que atualmente acompanha o caso, afirma que a prefeitura tem até a primeira semana de novembro para apresentar o estudo, do contrário será multada e terá de pagar a uma empresa para que o realize. De acordo com Farias, todos os documentos foram entregues. "Pedirei multa pelo atraso na entrega do relatório", adverte o promotor, ao reafirmar que a documentação não foi apresentada.
O antecessor de Colares em Alenquer pediu liminar para interromper a obra antes que fosse concluída, mas quando a Justiça emitiu decisão a respeito, ela já estava pronta. Farias confirma que acelerou a construção para evitar a paralisação por ordem judicial. "Soube que tinha uma ordem judicial para fiscalizar a ponte no dia 20 de abril. Então a inaugurei no dia 19", conta.
De acordo com Colares, por ser muito baixa, a ponte pode ter prejudicado populações ribeirinhas, já que não conseguem mais passar de barco pelo local. A regularidade da procedência da madeira usada em sua construção é outra questão que precisa ser esclarecida.
"Na Amazônia temos madeira para dar e vender, então pudemos fazer essa ponte", argumenta Farias. Ele explica que a empresa que executou a obra recebeu madeira doada por moradores da região, que assinaram autorizações para que árvores fossem extraídas de suas propriedades. Em troca, a prefeitura faria melhorias em estradas da região. "Ela é 100% de maçaranduba. Essa madeira, se botar na água, daqui a mil anos ela ainda está normal", conta o prefeito. "Você pode encher a ponte de ponta a ponta de caminhão, que ela não cai", garante, destacando que a construção ainda possui uma ciclovia.
"A ponte deveria ser feita de alvenaria, mas estavam há 30 anos prometendo e não construindo. E agora foi feita, com recursos próprios", acrescenta Farias. Segundo ele, o custo foi de, no máximo, R$ 500 mil. O prefeito defende que a construção era uma melhoria necessária para a infra-estrutura local: "A ponte interliga seis municípios da Calha Norte: Oriximiná, Óbidos, Curuá, Alenquer, Monte Alegre e Prainha". Farias critica as restrições ambientais a obras desse tipo. "Hoje gastam-se milhões para preservar um macaco, mas não se gasta um centavo para preservar o ser humano", comenta.
O prefeito afirma que a ponte tem ampla aprovação popular, mas, apesar de tê-la construído, não conseguiu se reeleger no último pleito. Ele atribui a derrota nas urnas a uma fraude. "Vamos pedir a anulação da eleição", anuncia. Mesmo que não consiga reverter a situação, Farias ainda ocupará o gabinete até a audiência em que deve apresentar o estudo de impacto ambiental da ponte à Justiça, em novembro.
Fonte: globo.com
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