Todas as vezes que um governo, seja municipal, estadual ou federal, abre um novo concurso público, milhares de candidatos se inscrevem e, ninguém quer saber para onde vai, nem quanto somou todo o dinheiro arrecadado com as taxas das inscrições.
Só para se ter idéia do volume de dinheiro amealhado nesses certames, calcula-se que um único concurso público possa faturar até cinco milhões de reais. Por baixo!Tomemos como exemplo (e que exemplo!), o Concurso Seduc C-125, publicado na edição nº 31.045, de 12/11/07, do Diário Oficial do Estado, em que o governo do Estado do Pará ofertou quase 10 mil vagas para os cargos de Professor e Técnico em Educação, contratando para executar o processo, sem licitação, a FADESP, entidade ligada à Universidade Federal do Pará.Neste concurso, o valor total da inscrição, muito criticado na época, era de R$ 50,00. Apesar disso, o número de candidatos que se inscreveram para concorrer as 9.496 vagas ofertadas, chegou a 99.300 pessoas.Somente para concorrer às 4.290 vagas de Técnico em Educação, inscreveram-se 46.300 pessoas. Rendendo aos cofres dos organizadores a importância de R$ 2.315.000,00. Para o cargo de professor (5.206 vagas), o numero de inscritos chegou a 53 mil candidatos, ou R$ 2.650.000,00.Finalizando as contas, a arrecadação total, com o pagamento das inscrições, foi de R$ 4.965.000,00. Isso mesmo. Quatro milhões e novecentos e sessenta e cinco reais. Tudo em dinheiro vivo. Depositado em conta-corrente.
Atento a isso, o Ministério Público do Pará ingressou na Justiça com Ação Civil Pública para obrigar o Estado a realizar licitação das empresas que organizam concursos públicos, exigindo inclusive que apresentem planilhas com a relação dos custos envolvidos na elaboração do concurso.Vamos aguardar para ver a decisão da Justiça.
José Emilio Almeida é presidente da Associação dos Concursados do Pará.
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